terça-feira, 22 de junho de 2010

Trilhos pedestres fechados pelo mau tempo e obras das SCUT

In AO de 22 de Junho de 2010

São Miguel Com o início do Verão vem também o pico do pedestrianismo, uma actividade de lazer que neste ano encontra algumas limitações devido ao encerramento forçado de alguns dos trilhos mais populares em São Miguel. De acordo com informações recolhidas no site www. azores-trails.com, de entre os 27 trilhos pedestres oficialmente homologados em São Miguel, 10 deles encontram-se “temporariamente fechados”. O principal motivo da inviabilização dos trilhos foi o intenso mau tempo sentido no Inverno, cuja intensa precipitação causou uma série de derrocadas e inundações com nefastas consequências sentidas um pouco por todo o arquipélago. “Os mais afectados foram os trilhos em falésias e taludes, como por exemplo em Ponta Garça, Ribeira Quente ou a Descida da Rocha da Relva”, aponta Diogo Caetano, responsável da associação ecológica Amigos dos Açores. “Agora com o tempo mais seco, de certa forma há mais condições para fazer reparações em alguns trilhos a curto e médio prazo”, afirmando no entanto que “há algumas derrocadas em que não será possível recuperar as condições dos trilhos anteriores”. Já Paulo Nascimento Cabral, presidente da Quercus Açores, indicou que há alguns trilhos que “necessitam de uma intervenção de fundo e até redefinição do próprio caminho, que está neste momento obstruído”, citando como exemplos o trilho que liga Ponta Garça à Ribeira Quente, o do Pico de Água Retorta, o da Ribeira Chã, entre outros. “A par do Inverno rigoroso, não podemos esquecer o impacto que as obras das SCUT têm tido na movimentação de terras”, apontou Paulo Nascimento Cabral. A par destes problemas, Diogo Caetano apontou também um problema que é o do uso de veículos motorizados em trilhos homologados exclusivamente para uso de pedestres. “Apenas como exemplo, porque existem mais, é frequente encontrarmos marcas de motos no trilho da Serra Devassa”, conta. “Além de desgastar o trilho, que é bastante sensível uma vez que tem bastante pedra-pomes, também pode ter consequências mais graves, como um acidente entre motos e pedestres”, esclarecendo também que “nada temos contra actividades motorizadas, desde que sejam praticadas nos locais correctos”. O problema do lixo ainda se encontra também presente, com Paulo Nascimento Cabral a relatar algumas das queixas que têm chegado à Quercus Açores. “Surgem mesmo em trilhos mais frequentados, nomeadamente o da Lagoa do Fogo, Vista do Rei e o trilho de Santo António”, entre outros, com lixo que vai desde sacos de ração agrícola até electrodomésticos, indicando que há muito a fazer para a divulgação dos trilhos. “Salvo as acções, que curiosamente vêm do sector privado, que promove os trilhos pedestres, o que se constata é que há um relativo abandono dos mesmos”, afirma. Paulo Nascimento Cabral salienta ainda a “enorme riqueza destes caminhos a nível de fauna e flora”, além da componente histórica, pois eram usados regularmente pelos antigos, o que deveria levar a uma maior divulgação destes como marca cultural a par da actividade física.

Queixas relativas a trilhos pedestres em São Jorge chegam à Assembleia Regional O grupo parlamentar do PSD/Açores no Parlamento açoriano denunciou ontem que “vários trilhos pedestres em São Jorge se encontram ao abandono”, causando “graves prejuízos” ao turismo. O deputado Mark Marques indicou que, sendo uma das ilhas do arquipélago com vários caminhos conhecidos e com “grande potencial” para recuperar outros, “possui actualmente alguns trilhos abandonados e sem manutenção”, situação que, acusa o social-democrata, “está a causar graves prejuízos a quem desenvolve esta actividade do pedestrianismo”. Em requerimento enviado à Assembleia Regional, Mark Marques salientou ainda que cerca de 80% dos turistas estrangeiros que visitam a ilha de São Jorge “fazem turismo a pé”.

Sem comentários: