Em plena Reserva da Biosfera, comemoro o Dia Mundial do Ambiente com uma caminhada até à Reserva Natural dos Ilhéus da Alagoa, uma das zonas onde é possível observar algumas das colónias de garajaus rosados. Esta espécie é uma das que se encontram em perigo na Europa e é precisamente no nosso Arquipélago que se encontra a maior população de garajaus rosados do Continente Europeu, sendo a única região de Portugal onde é possível encontrar esta espécie. De acordo com o Censo dos Garajaus 2009, realizado pelo IMAR e pelo Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP), da Universidade dos Açores, a população de garajau rosado dos Açores foi, mais uma vez, a maior da Europa, representando cerca de 48% do total. Os dados deste censo revelam que em 2009 nidificaram nos Açores 1198 casais de garajau rosado e 2478 casais de garajau comum e que a ilha das Flores foi a que registou o maior número de casais de garajau rosado, tendo albergado 35% do total das aves que nidificaram nos Açores. A ilha de São Miguel apesar de ser a que tem a maior extensão de costa é a que apresenta populações mais baixas destas aves. Surpreendentemente, não houve garajaus a nidificar no ilhéu da Praia, ao largo da Graciosa, quando ainda em 2006 este ilhéu tinha concentrado 44% da população açoriana de garajau comum e 72% da população de garajau rosado. Em 2009 há a ainda a assinalar o regresso em força do garajau rosado ao Ilhéu do Feno na Terceira, onde nidificou a maior colónia dos Açores, 263 casais (22%). Este regresso deve-se ao sucesso da erradicação dos ratos do ilhéu numa acção conjunta do Laboratório Regional de Veterinária, dos Serviços de Ambiente da Terceira e do IMAR e Departamento de Oceanografia e Pescas, Universidade dos Açores. Os ilhéus constituem assim um local de eleição para esta espécie, por se encontrarem isolados e normalmente livres de mamíferos. A destruição do habitat de nidificação, quer directamente por ocupação da zona costeira, quer indirectamente pela introdução e animais como os coelhos e ratos, tem contribuído para a redução da espécie. Outros factores de ameaça, como a poluição marinha e das orlas costeiras; a presença humana perto das colónias em nidificação (o que por vezes provoca o abandono dos ninhos); e a presença de predadores naturais, como a gaivota-de-patas-amarelas (Larus cachinnans atlantis), também têm contribuído para a diminuição dos efectivos da espécie. Na Região Autónoma dos Açores o seu número tem-se mantido, graças às medidas de protecção dos habitats. Na Terceira, o Ilhéu do Feno foi, recentemente, alvo de uma desratização. Em 1997, foram expulsos coelhos do Ilhéu da Praia, na Graciosa. Têm sido ainda colocados vários ninhos artificiais nalgumas zonas com características adequadas à nidificação e desenvolvidos esforços no sentido da monitorização e vigilância das zonas de habitats, bem como algumas campanhas de limpeza das orlas costeiras junto dos locais de nidificação desta espécie. O garajau rosado alimenta-se sobretudo de peixes pequenos como o agulhão, o chicharro e o peixe-agulha, o que faz com que os mares dos Açores sejam tão apelativos para esta espécie. Este é mais um motivo para que a questão da defesa dos mares dos Açores nunca seja descurada. Para quem não conhece, "os garajaus são aparentados com gaivotas, mas mais pequenos. Em média os indivíduos adultos medem cerca de 35 a 43 cm, pesam entre100 e120 g e têm uma envergadura entre 72 e 80 cm. O garajau rosado “Sterna dougallii Montagu”, também conhecido como andorinha-do-mar-rósea, deve o seu nome a uma tonalidade rosa no peito dos adultos reprodutores. A reprodução ocorre entre Abril e Julho. As colónias dos Açores começam a debandar em meados de Agosto em direcção á costa ocidental de África, passando o Senegal e continuando para o Gana; esta viagem de aproximadamente 5000 Km, é feita geralmente em duas semanas" (tirado daqui).
Aqui, neste local, sinto que estou a mais. Aqui, é o santuário do garajau rosado.
Ilhéus da Alagoa, costa Noroeste da Ilha das Flores
Distribuição do garajau rosado naIlha das Flores. Fonte azoresbioportal
Ilustração da placa informativa na Rseserva da Alagoa
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