quarta-feira, 9 de junho de 2010

Que peixe comer?

Portugal está em terceiro lugar (57Kg per capita/ano) na lista mundial de consumidores de peixe, logo a seguir aos islandeses e aos japoneses. Este valor significa que consumimos mais do que o dobro da média europeia (que se fica pelos 21,5 quilos), um consumo que nos obriga a importar dois terços do que chega aos pratos. 
Anos de pesca intensiva em águas europeias levaram a reduções dramáticas nas populações de peixes. Os números indicam que 80% das populações de peixes avaliadas estão em sobrepesca e mais de 30% estão fora dos limites biológicos de segurança. 
É neste contexto que surge o site www.quepeixecomer.lpn.pt, lançado ontem pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN), e que se destina a promover a consumo sustentável de pescado. O objectivo é informar o cidadão sobre como é pescado o peixe que se quer comprar, e em que situação se encontram os seus stocks, de forma a promover um consumo mais responsável.
 Das cerca de 200 espécies de peixes, crustáceos e moluscos são capturadas em Portugal, nem todas são preferidas pelos portugueses, sendo o polvo, a sardinha, o atum, o peixe-espada preto e o bacalhau os mais consumidos. O carapau, as gambas, o goraz e o cherne são os que se seguem na lista dos 20 peixes preferidos pelos portugueses. Por outro lado, o linguado, a pescada branca, as lulas, o lagostim, a cavala, o choco, o robalo, a faneca, a raia e o congro ou safio encontram-se no fim desta lista que também inclui preferências que não se encontram em risco como é o caso do carapau e da sardinha.
O lançamento do site coincide com a Semana Europeia do Peixe (de 5 a 13 de Junho), lançada pela Ocean2012, uma coligação de 70 organizações - entre elas a LPN - dedicada a tornar a política europeia das pescas sustentável. A Ocean2012 está a promover uma petição, a ser entregue à Comissão Europeia, reivindicando que a Política Comum das Pescas, que será reformulada até 2012, tenha a sustentabilidade como o seu principal pilar.
Se não consegue reduzir o consumo de peixe, diversifique, porque se não respeitarmos os stocks de cada uma das espécies corremos o risco de que alguns dos nossos «pratos» preferidos desapareçam para sempre.

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