terça-feira, 20 de julho de 2010

Quercus critica vala e muro para resolver instabilidade dos taludes junto à Praia de Água d'Alto

O Núcleo de São Miguel da Quercus é contra a criação de uma vala e de um muro de suporte de materiais na estrada para resolver o problema da instabilidade dos taludes junto à Praia de Água d’Alto, uma das zonas balneares mais procuradas de São Miguel. O seu presidente, Paulo Nascimento Cabral, lamenta que aquela obra tenha sido adjudicada à entidade concessionária das estradas Scut pela Secretaria dos Equipamentos. Preferia que a grande aposta tivesse recaído na solução já adoptada no passado, que é o rampeamento dos taludes nas imediações da praia. “As construções na orla costeira não têm tido qualquer planeamento, nem atenção por parte deste Governo. No caso dos taludes de Água d’Alto, o que seria mais útil e adequado seria a realização dos rampeamentos como foi feito no troço anterior, até ao início do concelho de Vila Franca do Campo”, evidenciou ao Açoriano Oriental. O dirigente do movimento ambientalista considera que a opção pelos rampeamentos, apesar de mais dispendiosa, teria dado maior estabilidade aos taludes, evitando os deslizamentos e derrocadas que aconteceram em Março no local. Para Paulo Nascimento Cabral, a obra que será ali realizada não cumprirá os objectivos a que se propõe. Por ser “manifestamente insuficiente”, por “descaracterizar toda a zona” e ainda porque vai “roubar espaço”, tendo em conta a criação de uma via alternativa “por cima da praia”. Encara o investimento já adjudicado como um “remendo” com os dias contados. Isto porque, se é certo que a vala permitirá a acumulação de terras e pedras provenientes dos taludes, não menos verdade é que estes inertes farão “pressão” sobre o muro de suporte, fazendo com que - mais cedo ou mais tarde – ceda. É uma intervenção que, segundo a Quercus, acabará por “prejudicar gravemente” o espaço envolvente à zona balnear, em termos de impacte ambiental e visual, ao afectar a “identidade” de uma praia que é uma das “melhores de São Miguel, muito concorrida e procurada por todos os turistas”. Portanto, salienta, “a ausência de uma obra com bom planeamento e que resolvesse definitivamente o problema, irá traduzir-se em milhões que serão gastos num ‘remendo’ que, daqui a pouco tempo, estará outra vez a dar problemas”. A Quercus Açores só estaria na disposição de aceitar a obra proposta pelo Governo se houvesse o compromisso de ela ser transitória. Mas não foi o caso, segundo Paulo Nascimento Cabral, que acusa ainda o Governo Regional de só implementar o plano de monitorização da orla costeira em 2011. “Alertámos na altura certa e não fomos ouvidos”, critica. A Euroscut Açores já arrancou com as primeiras intervenções no troço junto à praia de Água d’Alto, com vista a melhorar as condições de circulação. A obra de protecção da orla marítima projectada para este Verão no local permitirão o alargamento da estrada. Em Março, após as derrocadas junto à praia, o Secretário dos Equipamentos anunciou o rampeamento de uma parte do talude instável. (AO online)

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