sábado, 5 de fevereiro de 2011

Estudo nega existência de contaminação dos solos e águas para consumo das populações da Praia da Vitória

O relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) apresentado ontem na Praia da Vitória conclui que não há contaminação de solos nem de aquíferos para abastecimento de água às populações deste concelho da ilha Terceira. “Fora do perímetro das instalações militares da Base das Lajes não há qualquer contaminação, por metais ou hidrocarbonetos, dos solos e águas para consumo das populações”, afirmou Lobo Ferreira, coordenador do estudo. O especialista do LNEC, que falava numa conferência de imprensa para apresentação dos dados, revelou que “a poluição se localiza na porta de armas da base e dos tanques de armazenamento de combustível, nos aquíferos suspensos em ambos os casos”. Lobo Ferreira acrescentou que “fora daquelas áreas foi detectada contaminação, numa zona específica, de 0,1 microgramas por litro”, o que considerou “muito irrelevante”. O estudo do LNEC é a consequência de notícias publicadas em 2009, baseadas em relatórios norte-americanos alegadamente confidenciais, que davam como poluída toda a zona circundante do perímetro das instalações militares, incluindo os aquíferos de abastecimento público de água. Para o presidente da Câmara da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, “os resultados provam que podemos estar descansados com a saúde pública”, frisando que o relatório “está disponível para ser consultado por técnicos e população”. Por seu lado o secretário regional do Ambiente, Álamo Meneses, salientou que os resultados garantem “a não contaminação da água e dos solos e, por isso, não há perigo para a produção agropecuária, em particular nas zonas vizinhas da base militar”. Álamo Meneses assegurou que “não há qualquer risco imediato e directo”, mas assegurou que, apesar disso, “as zonas contaminadas serão recuperadas”. Esta recuperação vai “ser suportada financeiramente pelos norte-americanos”, afirmou o secretário regional da Presidência, André Bradford, que também esteve presente na conferência de imprensa. “Os americanos já assumiram o princípio do poluidor/pagador na recuperação dos sítios contaminados”, disse André Bradford, que se manifestou satisfeito por “não se ter confirmado nenhum cenário alarmista”. Os especialistas do LNEC produziram três relatórios finais e cinco complementares, baseados em 11.600 análises resultantes de 90 amostras de água retiradas de 54 pontos de recolha. O estudo, que custou cerca de 607 mil euros, financiados pelo Governo Regional, foi desenvolvido ao longo de quase dois anos. Projectos para reparar poluição O Consulado dos Estados Unidos da América nos Açores, em nota de imprensa congratula-se com o resultado final do estudo do LNEC. “Estamos satisfeitos por não haver perigo para a saúde pública e pela boa qualidade da água para abastecimento público”, sublinha o consulado na mesma nota que refere ainda que o Destacamento Americano sediado nas Lajes apoiou o trabalho do LNEC e já iniciou o processo para reparar muitos dos casos referidos no relatório, tendo já assegurado o financiamento de dois dos projectos.

Sem comentários: