O forno solar é um equipamento que permite a conversão de energia térmica da radiação solar para aquecer alimentos ou para produzir água destilada.
O primeiro forno solar foi criado pelo naturalista francês Horace de Saussure, em 1767.
Os fornos solares têm sido usados na Índia, China, Afeganistão e sobretudo em países Africanos, zonas onde existe escassez de combustíveis sólidos (lenha e carvão), pelo que a utilização destes equipamentos é uma solução simples e económica de confeccionar alimentos e esterilizar água. Uma outra vantagem destes fornos é que evitam a desflorestação. Este verdadeiro benefício ambiental permite que cada forno solar contribua para a redução de cerca de uma tonelada de Co2, por ano.
Em regiões pobres, especialmente em África, onde o sol é constante e a quase totalidade da energia consumida provém da lenha, os fornos solares estão a provocar uma verdadeira revolução social ao reduzir o trabalho de 15 horas semanais de apanha de lenha das mulheres e das crianças, contribuindo deste modo para um aumento da sua qualidade de vida. Além disso, nesses países, as mulheres e crianças para cozinhar recorrem habitualmente a fogueiras efectuadas em espaços fechados, o que implica que sofram queimaduras e de graves problemas respiratórios causados pela poluição do ar.
Nestes países, em que a madeira é um bem escasso, muitas vezes não chega para cozinhar alimentos e para ferver a água, o que significa que a população está condenada a beber água contaminada.
Estima-se que em cada ano ocorrem 1,5 mil milhões de casos de diarreia, dos quais resultam cerca de 2 milhões de mortes em crianças. Mais uma vez, os fornos solares têm um importante papel na promoção da saúde, ao permitirem um método prático de aquecer a água até ao ponto de esterilização, destruindo assim os agentes patogénicos mais comuns e transformando água contaminada em água potável.
O modelo mais simples destes fornos - tipo painel - é feito com um pedaço de papelão, revestido com algum papel laminado. E a grande vantagem é que cada pessoa pode construir, com poucos recursos, o seu próprio forno solar.
Actualmente existem diversas associações a financiar o fabrico e a distribuição de fornos solares em países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, mas a organização pioneira foi a Solar Cookers International (SCI), uma ONG que goza de estatuto consultivo junto do Conselho Economico e Social da ONU (ECOSOC). Estima-se que desde o inicio da sua actividade, a SCI, já possibilitou, a mais de 30 000 familias africanas, a utilização de fornos solares, através de uma extensa rede de informação, formação e educação.
Em 2020 esta ONG foi vencedora do Ashden Award, pelo seu trabalho efectuado com os fornos solares no Quénia e, em 2006, foi distinguida com o World Renewable Energy Award.
Para mais informações acerca deste projecto, consulte: 1, 2, 3.
"The greatest challenge is to lead the world into a new era of peace and humanism, to create more inclusive, just, and equitable societies through sustainable economic and social development, based on science, innovation and new technologies that will serve mankind and will preserve the environment." (Irina Bokova, Directora Geral da UNESCO)
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