Continuo a achar que chamar energia renovável à incineração de resíduos (disfarçada com o termo pomposo de "valorização energética") é um embuste do piorio. Quanto às soluções tecnológicas mais recentes, tanto as há para a incineração como para a prevenção de resíduos e sua reciclagem (isto para responder ao argumento que vai sair da cartola da SRAM de que a tecnologia actual, evoluiu, de que a incineração é preferível aos aterros e ainda produz energia, sobretudo em ilhas, onde o terreno não cresce, de que com a reciclagem gera-se mais poluição e mais agressão ao planeta que se queimarmos os resíduos, de que o carbono que se poupa ao queimar lixo para energia é superior ao ganho que teriamos ao fazer reciclagem e reutilizaçao e que ainda por cima não faz mal a ninguém, de que o custo do transporte de lixo para o exterior é incomportável - e sabemos que é caro para a Região! de que a possibilidade de se produzir x Mwats com lixo é claramente benefico para o ambiente, transformamos o lixo em energia, e outros blá blá blás que irão surgir para defender mais uma solução que não é a que mais interessa aos Açores)
O problema tem sido o lobby da incineração, que é muito forte. A solução passa, por um lado, pela prevenção de resíduos em todos os sectores (Ex indústria, hotelaria, restauração)e pela melhoria da eficiência dos métodos de tratamento (e nestes campos há muito a fazer). Não só isso é possível, como estou certa de que a maioria dos turistas a prefeririam bem como a população local, se estivesse bem informada sobre estas questões. Sei que o transporte das embalagens para reciclagem é complicado e fica caro. Mas a saúde dos açorianos não fica cara também???
Temos que fazer um paralelo com a situação na Madeira, que possui uma incineradora há seis anos e neste momento o sistema está falido porque incinerar é muito caro e as câmaras não têm dinheiro para pagar. Cada câmara paga cerca de 70 euros por tonelada a incinerar e o governo regional mete no sistema de incineração outro tanto. Foi um erro tremendo, até económico, a Madeira ter optado pela incineração, espero bem que o Açores não caía na mesma asneira.
Infelizmente serão os aspectos económicos que poderão despertar mais o interesse dos políticos locais/regionais, assim alguns aspectos a ter em conta são: saber ao certo qual o o investimento que se irá fazer nesta solução tecnológica e comparar com outras soluções como o tratamento mecânico e biológico, a compostagem, vermicompostagem, etc. Importante será também esmiuçar o caso da Madeira. Então se há tantas vantagens com a produção de energia, porque é que a tarifa é tão cara?!? os casos de tarifas com Tratamento Mecânico e Biológico como da Valnor são importantes referências a ter em conta. Além disso, de acordo com a Estratégia Temática para a Prevenção e Reciclagem apresentada pela Comissão Europeia, a reciclagem permite a criação de 25 vezes mais empregos do que o aterro e 8 vezes mais empregos do que a incineração.
E dados científicos também nós dispomos e os relatórios europeus apontam que o balanço em termos de emissões de CO2 equivalente segundo o Estudo da Evalue em anexo ao PERSU II é o seguinte: Aterro: emissão de 0,6 toneladas de CO2 eq; Incineração: emissão de 0,2 toneladas de CO2 eq; Reciclagem: poupança de 0,4 toneladas de CO2 eq
Em resumo, falar em alternativas, é falar de tudo isto aprofundadamente, e é evidente, por todas estas problemáticas, que a solução deverá envolver estudos aprofundados, adaptados ao caso da Região, feitos por especialistas e devidamente sintetizados em dossiers técnicos que, como é óbvio, ultrapassam as pretensões de um blogue sem fins lucrativos.
O que me parece falacioso é adoptar a posição da avestruz e pretender ignorar, ou pior ainda, negar a elevada perigosidade da incineração de resíduos, quer pela sua incontrolabilidade (impossibilidade de controlar o tipo e quantidade de compostos emitidos), quer pela emissão de dioxinas e compostos de metais pesados, que ainda ninguém (incluindo José Sócrates) conseguiu negar.
O problema tem sido o lobby da incineração, que é muito forte. A solução passa, por um lado, pela prevenção de resíduos em todos os sectores (Ex indústria, hotelaria, restauração)e pela melhoria da eficiência dos métodos de tratamento (e nestes campos há muito a fazer). Não só isso é possível, como estou certa de que a maioria dos turistas a prefeririam bem como a população local, se estivesse bem informada sobre estas questões. Sei que o transporte das embalagens para reciclagem é complicado e fica caro. Mas a saúde dos açorianos não fica cara também???
Temos que fazer um paralelo com a situação na Madeira, que possui uma incineradora há seis anos e neste momento o sistema está falido porque incinerar é muito caro e as câmaras não têm dinheiro para pagar. Cada câmara paga cerca de 70 euros por tonelada a incinerar e o governo regional mete no sistema de incineração outro tanto. Foi um erro tremendo, até económico, a Madeira ter optado pela incineração, espero bem que o Açores não caía na mesma asneira.
Infelizmente serão os aspectos económicos que poderão despertar mais o interesse dos políticos locais/regionais, assim alguns aspectos a ter em conta são: saber ao certo qual o o investimento que se irá fazer nesta solução tecnológica e comparar com outras soluções como o tratamento mecânico e biológico, a compostagem, vermicompostagem, etc. Importante será também esmiuçar o caso da Madeira. Então se há tantas vantagens com a produção de energia, porque é que a tarifa é tão cara?!? os casos de tarifas com Tratamento Mecânico e Biológico como da Valnor são importantes referências a ter em conta. Além disso, de acordo com a Estratégia Temática para a Prevenção e Reciclagem apresentada pela Comissão Europeia, a reciclagem permite a criação de 25 vezes mais empregos do que o aterro e 8 vezes mais empregos do que a incineração.
E dados científicos também nós dispomos e os relatórios europeus apontam que o balanço em termos de emissões de CO2 equivalente segundo o Estudo da Evalue em anexo ao PERSU II é o seguinte: Aterro: emissão de 0,6 toneladas de CO2 eq; Incineração: emissão de 0,2 toneladas de CO2 eq; Reciclagem: poupança de 0,4 toneladas de CO2 eq
Em resumo, falar em alternativas, é falar de tudo isto aprofundadamente, e é evidente, por todas estas problemáticas, que a solução deverá envolver estudos aprofundados, adaptados ao caso da Região, feitos por especialistas e devidamente sintetizados em dossiers técnicos que, como é óbvio, ultrapassam as pretensões de um blogue sem fins lucrativos.
O que me parece falacioso é adoptar a posição da avestruz e pretender ignorar, ou pior ainda, negar a elevada perigosidade da incineração de resíduos, quer pela sua incontrolabilidade (impossibilidade de controlar o tipo e quantidade de compostos emitidos), quer pela emissão de dioxinas e compostos de metais pesados, que ainda ninguém (incluindo José Sócrates) conseguiu negar.
E mais: no início diz-se sempre que só se vão incinerar x toneladas e bem sabemos que há uma quantidade mínima para que o negócio da incineração seja viável.
É caso para se dizer "quando o sábio aponta para as estrelas, o idiota olha para o dedo".
É caso para se dizer "quando o sábio aponta para as estrelas, o idiota olha para o dedo".
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