quinta-feira, 29 de julho de 2010

Catalunha votou pela proibição de touradas!

BARCELONA, 28 Jul. (EUROPA PRESS) -

"El voto favorable de 32 de los 48 diputados de CiU en el Parlamento catalán a la prohibición de las corridas de toros en Cataluña ha decantado la balanza hasta una mayoría absoluta de diputados que han apostado por la abolición: 68 votos frente a 55, además de 9 abstenciones y tres ausencias. De este modo, el único coso taurino que permanece en Cataluña, La Monumental de Barcelona, podrá seguir celebrando festejos taurinos durante el próximo año y medio, antes del cese definitivo de este tipo de espectáculos a partir de enero de 2012."

Aqueles que argumentam com o respeito pelas tradições para perpetuar práticas ancestrais de tortura animal, deviam refletir no exemplo da Catalunha que se assume, cada vez mais, como a região mais desenvolvida da Europa no plano cultural e económico. A menos que os defensores das touradas também considerem os catalães "radicais e fundamentalistas", como o fazem recorrentemente com os ambientalistas sempre que opinam contra as corridas de toiros. Copiem os bons exemplos de progresso civilizacional. Neste caso, é tão fácil!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

E porque não dizemos nada...

Dedicado ao Dr. Frederico Cardigos, pela sua explicação "extraordinariamente" inquietante dada hoje ao Atântico Expresso. Não menos extraordinário é o facto da comunicação social não fazer as perguntas incómodas, nem questionar outras alternativas aos aterros que não a incineração (ah perdão, o termo politicamente correcto é valorização energética). Afinal temos que dar a mão à palmatória: o Dr Frederico tinha a lição muito mais bem estudada, ou não fosse o seu mestre Álamo Menezes.
E atenção que isto não é uma questão pessoal. Eu fui das que acreditou nessa equipa e nesse projecto. Desiludi-me. Talvez seja um dos desígnios modernos da politica: desiludir aqueles que um dia acreditaram neles.

Na primeira noite, eles aproximam-se
e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

Maiakovski (1893-1930)

Depois de Maiakovski… Escreveu Bertold Brecht (1898-1956)

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho o meu emprego
Também não me importei
Agora estão a levar-me
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém

Ninguém se importa comigo

E, hoje, indignada, escrevo:

Primeiro eles cortaram as árvores, mas como não eram minhas eu não me importei.

Em seguida rodearam as praias, as baías e as lagoas de betão, mas como havia o futebol, as touradas e os festivais, não me incomodei.

Depois deixaram o nosso mar a saque porque as vacas parecem ser sempre mais importantes, mas como até gosto mais de carne do que de peixe, não me incomodei.

Depois rasgaram montanhas, violaram Fajãs, abriram feridas na paisagem, mas como disseram que era progresso, eu não me importei.

Agora querem incinerar o lixo, contaminar o nosso ar puro, comprometer a saúde dos açorianos, e fazer-nos acreditar que isso é tudo muito bom, mas como até dá trabalho separar o lixo e porque é Verão, e temos todos mais que fazer, ninguém se incomoda, ninguém se importa, ninguém faz nada.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

CineEco em Ponta Delgada - 29, 30 e 31 de Julho


O Cine’Eco é um Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental que decorre na Serra da Estrela, em Portugal, e ganha extensão com a exibição de algumas das películas na Região Autónoma dos Açores. Este ano, inserido em plenas comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade, esta iniciativa ganha um novo alento e justificação. 
Este evento é promovido no nosso arquipélago pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar e é uma iniciativa que procura promover a temática ambiental junto do grande público, nas mais variadas perspectivas, e a fomentar a discussão de todas as questões ambientais que afectam o mundo. 
Foram 50 os filmes que estiveram em concurso, reunindo o melhor que se faz no cinema ligado às questões ambientais. Cerca de 15 filmes e vídeos dos premiados no decorrer do XV Cine’Eco estarão agora em exibição no Pavilhão das Portas do Mar, na cidade de Ponta Delgada, em São Miguel. As projecções englobam a passagem de filmes - documentário e ficção - sendo de realçar o filme “Pára, Escuta e Olha” de Jorge Pelicano, que ganhou o Grande Prémio Cine’Eco de 2009, bem como o Prémio Especial da Juventude e Prémio Lusofonia.
As sessões decorrerão nos dias 29 (das 19 às 23 horas), 30 (das 18 às 22:20) e 31 de Julho (das 18 às 21:20) no Pavilhão do Mar das Portas do Mar, em Ponta Delgada. A iniciativa resulta de uma parceria entre a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar com a Associação Portas do Mar e as sessões são gratuitas e abertas ao público em geral (GaCS/SF/DRA).

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Futuro em movimento? ou mais betão a caminho?


Árvores


I think that I shall never see
A poem lovely as a tree.
A tree whose hungry mouth is prest
Against the earth's sweet flowing breast;
A tree that looks at God all day,
And lifts her leafy arms to pray;
A tree that may in Summer wear
A nest of robins in her hair;
Upon whose bosom snow has lain;
Who intimately lives with rain.
Poems are made by people like me,

But only God can make a tree.

Trees by Joyce Kilmer (1886-1918)

Visitas guiadas à Reserva Natural do Ilhéu de Vila Franca do Campo

Os técnicos da SPEA, responsáveis pelo trabalho de recuperação e conservação do habitat de nidificação das aves marinhas no ilhéu de Vila Franca do Campo, no âmbito do projecto LIFE Ilhas Santuário para as Aves Marinhas, vão disponibilizar visitas guiadas aos visitantes do ilhéu, nos dias 22 e 23 de Julho. É uma oportunidade para dar a conhecer os valores naturais do ilhéu e o trabalho que aí é feito para proteger uma área importante para a nidificação de aves marinhas, em especial o Cagarro Calonectris diomedea. 
Participe! Saiba mais aqui.

Agenda Europeia do Ambiente

RAPID* - EDIÇÃO DA REPRESENTAÇÃO DA COMISSÃO EUROPEIA EM PORTUGAL

Comissão Europeia lança convite à apresentação de propostas para estudo sobre a agricultura biológica
A Comissão Europeia acaba de lançar um convite à apresentação de propostas para a realização de um estudo sobre "a utilização e a eficácia dos apoios públicos à agricultura biológica". O objectivo do estudo é identificar e analisar os aspectos fundamentais na concepção e execução dos instrumentos públicos de apoio ao sector da agricultura biológica na UE e conclusões para o futuro desenvolvimento do sector. O estudo deve analisar as interacções entre os diferentes instrumentos de apoio e como a combinação desses instrumentos nos diferentes países e regiões se relaciona com a evolução da oferta de produtos biológicos e a taxa de conversão para a agricultura biológica. Com base na análise deverão ser identificados modelos de ajuda pública eficazes para o sector. O orçamento máximo do projecto é de 250 000 euros e o prazo para apresentação de propostas termina em 16 de Setembro de 2010. A Comissão pretende adjudicar o contrato até ao final de 2010, tendo o adjudicatário de executar o estudo no prazo de 10 meses a contar da data da assinatura do contrato.

Conferência sobre a Política Agrícola Comum pós-201
Cerca de 600 delegados de toda a UE deslocam-se a Bruxelas nas próximas segunda e terça‑feira para debaterem o futuro da política agrícola comum após 2013. A conferência procurará debater e tirar algumas conclusões do debate público sobre a política agrícola, lançado pela Comissão em Abril, com base nas quatro seguintes questões: «Para que é necessária a PAC? Quais as expectativas dos cidadãos em relação à agricultura? Porquê reformar a PAC? De que instrumentos necessitaremos para a PAC de amanhã?» O debate proporcionará uma plataforma de discussão antes de a Comissão elaborar a sua comunicação sobre o futuro da PAC, que deverá ser publicada em Novembro de 2010. A conferência será acompanhada de uma feira no centro de Bruxelas (Place St. Catherine), que chamará a atenção para a diversidade dos produtos de qualidade da agricultura europeia e onde cada Estado-Membro disporá de um pavilhão para apresentar ao público as suas especialidades nacionais. (Desenvolvimento em IP/10/958)

Comissão Europeia recupera dos Estados-Membros 265 milhões de euros de despesas a título da PAC
A Comissão Europeia adoptou hoje uma decisão que exige o reembolso de um total de 265,02 milhões de euros de despesas da PAC indevidamente efectuadas pelos Estados‑Membros. Esta verba irá regressar ao orçamento da União Europeia devido ao incumprimento das normas europeias ou à utilização de procedimentos inadequados para controlar as despesas agrícolas. Os Estados‑Membros são responsáveis pelo pagamento e pelo controlo das despesas efectuadas no âmbito da Política Agrícola Comum, tendo a Comissão de assegurar que os fundos disponibilizados a título da PAC são correctamente utilizados. (Desenvolvimento em IP/10/961)

Publicação de dados pormenorizados sobre a agricultura biológica na UE
A superfície abrangida pela agricultura biológica na União Europeia aumentou consideravelmente nos últimos anos, elevando-se, em 2008, a cerca de 4,3% da superfície agrícola utilizada da União Europeia. Os Estados-Membros com maior superfície dedicada à agricultura biológica são a Áustria, a Suécia, a Estónia, a República Checa e a Letónia. Existem cerca de 197 000 explorações em toda a UE envolvidas na agricultura biológica. Apesar do grande aumento da procura em muitos Estados-Membros, a agricultura biológica não representa todavia mais de 2% do total das despesas alimentares dos consumidores europeus. A Comissão acaba de disponibilizar uma série de dados pormenorizados sobre a agricultura biológica na UE. O documento pode ser consultado no seguinte endereço.

O maior investimento de sempre da Europa em investigação e inovação: 6,4 mil milhões de euros para o crescimento inteligente e a criação de empregos
A Comissária responsável pela Investigação, Inovação e Ciência, Máire Geoghegan-Quinn, anunciou hoje que a Comissão via investir cerca de 6,4 mil milhões de euros em investigação e inovação. Este financiamento é o maior alguma vez efectuado neste domínio e abrangerá uma grande diversidade de disciplinas científicas, sectores e áreas comerciais. Permitirá efectuar progressos científicos e reforçar a competitividade da UE, contribuindo para superar desafios como as alterações climáticas, a segurança energética e alimentar, a saúde ou o envelhecimento da população. Poderão beneficiar de financiamento cerca de 16 000 participantes oriundos de organismos de investigação, universidades e mundo empresarial, sobretudo das pequenas e médias empresas. As subvenções vão ser atribuídas através de convites à apresentação de propostas e de avaliações a efectuar nos próximos 14 meses. No dia 20 de Julho são oficialmente publicados vários convites. Esta verba visa estimular a economia e deverá permitir a criação de mais de 165 000 empregos. Trata-se de um investimento a longo prazo na criação de uma Europa mais "inteligente", sustentável e equitativa, que constitui um elemento fundamental da Estratégia «Europa 2020» da UE, designadamente da iniciativa «Uma União para a Inovação» a lançar no próximo Outono. (Desenvolvimento em IP/10/966 e MEMO/10/339)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Quercus critica vala e muro para resolver instabilidade dos taludes junto à Praia de Água d'Alto

O Núcleo de São Miguel da Quercus é contra a criação de uma vala e de um muro de suporte de materiais na estrada para resolver o problema da instabilidade dos taludes junto à Praia de Água d’Alto, uma das zonas balneares mais procuradas de São Miguel. O seu presidente, Paulo Nascimento Cabral, lamenta que aquela obra tenha sido adjudicada à entidade concessionária das estradas Scut pela Secretaria dos Equipamentos. Preferia que a grande aposta tivesse recaído na solução já adoptada no passado, que é o rampeamento dos taludes nas imediações da praia. “As construções na orla costeira não têm tido qualquer planeamento, nem atenção por parte deste Governo. No caso dos taludes de Água d’Alto, o que seria mais útil e adequado seria a realização dos rampeamentos como foi feito no troço anterior, até ao início do concelho de Vila Franca do Campo”, evidenciou ao Açoriano Oriental. O dirigente do movimento ambientalista considera que a opção pelos rampeamentos, apesar de mais dispendiosa, teria dado maior estabilidade aos taludes, evitando os deslizamentos e derrocadas que aconteceram em Março no local. Para Paulo Nascimento Cabral, a obra que será ali realizada não cumprirá os objectivos a que se propõe. Por ser “manifestamente insuficiente”, por “descaracterizar toda a zona” e ainda porque vai “roubar espaço”, tendo em conta a criação de uma via alternativa “por cima da praia”. Encara o investimento já adjudicado como um “remendo” com os dias contados. Isto porque, se é certo que a vala permitirá a acumulação de terras e pedras provenientes dos taludes, não menos verdade é que estes inertes farão “pressão” sobre o muro de suporte, fazendo com que - mais cedo ou mais tarde – ceda. É uma intervenção que, segundo a Quercus, acabará por “prejudicar gravemente” o espaço envolvente à zona balnear, em termos de impacte ambiental e visual, ao afectar a “identidade” de uma praia que é uma das “melhores de São Miguel, muito concorrida e procurada por todos os turistas”. Portanto, salienta, “a ausência de uma obra com bom planeamento e que resolvesse definitivamente o problema, irá traduzir-se em milhões que serão gastos num ‘remendo’ que, daqui a pouco tempo, estará outra vez a dar problemas”. A Quercus Açores só estaria na disposição de aceitar a obra proposta pelo Governo se houvesse o compromisso de ela ser transitória. Mas não foi o caso, segundo Paulo Nascimento Cabral, que acusa ainda o Governo Regional de só implementar o plano de monitorização da orla costeira em 2011. “Alertámos na altura certa e não fomos ouvidos”, critica. A Euroscut Açores já arrancou com as primeiras intervenções no troço junto à praia de Água d’Alto, com vista a melhorar as condições de circulação. A obra de protecção da orla marítima projectada para este Verão no local permitirão o alargamento da estrada. Em Março, após as derrocadas junto à praia, o Secretário dos Equipamentos anunciou o rampeamento de uma parte do talude instável. (AO online)

Trilho antigo das Sete Cidades poluído

Um caminho de terra na freguesia da Covoada, que servia antigamente de acesso às Sete Cidades e é utilizado presentemente como caminho agrícola e trilho turístico por empresas de Jeep Safari, encontra-se poluído com lixo de grandes dimensões, conhecido por “monstros”. A denúncia foi realizada através de um operador de uma empresa de animação turística, que quis permanecer no anonimato, e cujas queixas foram confirmadas por outros profissionais da área, que utilizam esse troço nos seus passeios. Como é possível observar nas fotos, o lixo acumulado no caminho vai desde caixas de cerveja a arcas frigoríficas, pneus, barrotes e até restos de queimadas. “É uma pouca vergonha o que se passa aqui. Os turistas vêm até aos Açores seduzidos pelas imagens das Sete Cidades, das duas lagoas e encontram frigoríficos à beira da estrada!” lamenta o empresário.“Ultimamente eu nem passo por lá e se tenho que passar, peço aos clientes para desviarem a cara”, frisou. Sendo hoje em dia considerado um caminho agrícola, a responsabilidade pelo dito trilho está a cargo da Secretaria Regional da Agricultura, através do Instituto Regional do Ordenamento Agrário (IROA). Contactado sobre o problema, fonte do IROA confirmou o problema e indicou também que a limpeza destas zonas acarreta o problema da reincidência da poluição por parte das pessoas. “Muitas vezes as entidades oficiais vão lá e limpam o local convenientemente. Mas meses depois voltamos lá e já está carregado de entulho novamente”, indicou a fonte do IROA. A mesma afirmou que tem havido uma intervenção no levantamento destes locais, não só em São Miguel como noutras ilhas, havendo inclusive acções de vigilância, mas não tem sido suficiente para resolver a situação. “São zonas complicadas e tem de partir também da responsabilidade das pessoas”, conclui. Junta já tomou medidas A presidente da junta de freguesia da Covoada, Maria do Rosário Aragão, indicou ao AO que a poluição naquela zona já foi sinalizada “Já foi enviado um ofício ao IROA , mas não é possível adiantar uma data para uma eventual limpeza” explicou a autarca, que também indicou que a Covoada se candidatou ao programa Freguesia Limpa, criado pelo Governo Regional, para incentivar as pessoas a tratarem da limpeza da zona onde vivem. “Há uma grande falta de civismo” aponta Maria Aragão . “Mesmo que a Câmara trate de se desfazer do lixo, as pessoas continuam a atirar os monstros para a rua como se nada fosse”. (AO online)

Noites de Quarto Crescente no Observatório Astronómico

A partir de amanhã e até ao final do Verão o Observatório Astronómico de Santana (OASA) irá dedicar uma noite por mês inteiramente à observação da Lua. Intitulada “Noites de Quarto Crescente”, a iniciativa prende-se, de acordo com informação disponibilizada pelo centro de ciência, com a necessidade de fazer face “ao número crescente de pessoas que nos visitam”, sendo também uma forma de aproveitar o céu descoberto que o Verão começa a proporcionar. Nesse sentido, amanhã e nos próximos dias 18 de Agosto e 15 de Setembro, o OASA abre-se aos amantes e curiosos da Astronomia, disponibilizando gratuitamente o acesso a vários telescópios preparados e visitas guiadas, para que “se possa observar com um ‘olhar mais cuidado’ o único satélite natural da Terra”. (AO online)

Zonas balneares de risco sinalizadas

A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar assinalou cerca de meia centena de locais em áreas balneares dos Açores onde existe perigo de deslizamento de terras, queda de blocos e invasão pela água do mar.
A medida insere-se numa campanha em curso para prevenção dos riscos existentes em diversas zonas balneares açorianas, que inclui a distribuição de panfletos, colocação de placas de aviso e delimitação de espaços com vedações em corda.
“Trata-se de sensibilizar os cidadãos para os perigos naturais que ameaçam diversas zonas balneares do arquipélago, numa altura em que a afluência de pessoas a essas áreas de lazer conhece um aumento significativo, o que potencia o risco de acidentes”, afirmou Álamo Meneses, secretário regional do Ambiente.
Álamo Meneses recordou que o último inverno “deixou importantes marcas na orla costeira”, admitindo que existem várias arribas onde podem ocorrer deslizamentos de terras.
Para garantir a segurança das pessoas, foi realizada uma vistoria a todas as áreas classificadas como zonas balneares nos Açores, tendo sido também vistoriados outros locais que, apesar de não terem essa classificação oficial, são habitualmente utilizados pelos banhistas. (Lusa / AO online)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Organismos geneticamente modificados: Estados-Membros assumem total responsabilidade pela presença das culturas no seu território

A Comissão Europeia propôs no passado dia 13 de Julho conceder aos Estados-Membros liberdade para autorizar, restringir ou proibir o cultivo de organismos geneticamente modificados, na totalidade ou em parte dos seus territórios. As medidas adoptadas, que mantêm o sistema de autorização da União Europeia com base em dados científicos, assumem a forma de uma comunicação, de uma nova recomendação sobre a coexistência de culturas geneticamente modificadas com as culturas tradicionais e/ou biológicas e de uma proposta de regulamento que prevê a revisão da legislação sobre organismos geneticamente modificados. A nova recomendação vem dar mais margem de manobra aos Estados-Membros, tendo em conta as suas especificidades locais, regionais e nacionais quando da adopção de medidas sobre a coexistência de culturas. O regulamento proposto altera a Directiva 2001/18/CE de forma a permitir aos Estados‑Membros restringir ou proibir o cultivo destes organismos no seu território.
(Desenvolvimento em IP/10/921 e MEMO/10/325)
Na sequência desta proposta, a Comissão Europeia está a ser acusada de provocar o caos, como contam Isabel Arriaga e Cunha neste artigo do Público :
Fragmentação do mercado interno, renacionalização da política agrícola, abdicação de responsabilidades: as críticas choveram ontem de todos os lados contra a proposta da Comissão Europeia de deixar aos governos dos Vinte e Sete a responsabilidade de autorizar, ou não, o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM) no seu território.
A proposta pretende desbloquear o impasse total em que mergulhou o debate sobre a autorização de cultivo de transgénicos na UE, que continua a suscitar a oposição da opinião pública europeia. 
A controvérsia não permitiu à UE autorizar mais que o cultivo do milho MON810 da multinacional Monsanto para a alimentação, em 1998, e, desde o início do ano da batata Amflora da BASF para a indústria. 
Seis países produzem o MON 810 – Portugal, Espanha, Polónia, República Checa, Eslováquia e Roménia – mas oito, incluindo a França e Alemanha, são contra e aplicam uma cláusula de salvaguarda para impedir o cultivo.
Para ultrapassar os vetos cruzados dos dois grupos, Bruxelas propõe que os governos hostis aceitem dar luz verde ao cultivo ao nível europeu, em troca de passarem a ter a liberdade de decidir sobre o que fazer no seu território.
A proposta constitui “uma abdicação de responsabilidades, prejudica a integridade do mercado interno e abre um precedente perigoso na busca de soluções comuns para outras questões transfronteiriças”, acusou Guy Verhofstadt, presidente do grupo liberal (ALDE) do Parlamento Europeu. “O que é que vem a seguir? Vamos desistir de acordar uma patente comunitária ou deixar os Estados membros fixar as suas próprias quotas de pesca? Este é um dia triste para a integração europeia e deve ser combatido por todos os que defendem o método comunitário de tomada de decisão”, insurgiu-se.
Bruno Le Maire, ministro francês da agricultura, manifestou-se igualmente contra “a renacionalização das decisões” europeias em matéria de OGM. 
Os Verdes europeus consideram, por seu lado, que a proposta representa uma boa “dose de caos”, lembrando que o risco de contaminação das culturas convencionais pelos transgénicos “não pára nas fronteiras”. Os Verdes contestam aliás fortemente o sistema de aprovação dos OGM que está a cargo da Agência Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA): um estudo da organização de investigação alemã Testbiotech encomendado pelos Verdes, acusa a EFSA de basear as suas conclusões em matéria de OGM em “investigações empíricas, considerações e assumpções”. O problema, afirmam os seus peritos, está em que a EFSA analisa os OGM por comparação com os produtos equivalentes convencionais, ignorando assim “o vasto leque dos seus efeitos involuntários, dos quais alguns causados pelo método de transferência de genes que escapa ao mecanismo de regulação dos genes das plantas”.
Até mesmo a organização representativa das multinacionais do sector, Europabio, criticou Bruxelas, afirmando que a proposta “é decepcionante” e vai criar uma grande “incerteza jurídica” na UE.

Consumo insustentável de peixe na União Europeia

A União Europeia consome anualmente cerca do dobro do peixe que consegue regenerar de forma sustentável nas suas águas.
Economicamente, os cidadão europeus que consomem peixe estão em dívida para com o resto do Mundo. A New Economics Foundation, juntamente com organizações conservacionistas marinhas, calcularam o peixe que as águas da União Europeia poderiam produzir anualmente de forma sustentável. O resultado obtido foi comparado com a quantidade de peixe consumida na União Europeia.
De acordo com estes análise, actualmente a União Europeia está a consumir cerca do dobro da quantidade que tem capacidade de produzir de forma sustentável. Se a União Europeia apenas consumisse o peixe que conseguisse gerar, em meados de cada ano já o teria consumido todo. Para 2010, o dia em que os europeus passam a estar em dívida ocorreu a 9 Julho e de ano para ano este dia está a ocorrer cada vez mais cedo.
A situação é obviamente diferente para cada Estado membro e Portugal é um dos países que está abaixo da média Europeia, tendo este ano passado a estar em dívida logo a partir de 2 de Abril. Por outro lado, alguns países têm menos acesso ao mar do que outros ou nem têm acesso, como é o caso da Áustria que esgota a sua capacidade produtiva logo nos primeiros 15 dias do ano. No entanto, o que está em causa é a capacidade da União Europeia de pescar de uma forma sustentável, para regenerar estes recursos, numa actividade que abunda a má ou inexistência de gestão e onde a pesca ilegal é um problema grave (Naturlink).

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Valorização energética aka INCINERAÇÃO

Continuo a achar que chamar energia renovável à incineração de resíduos (disfarçada com o termo pomposo de "valorização energética") é um embuste do piorio. Quanto às soluções tecnológicas mais recentes, tanto as há para a incineração como para a prevenção de resíduos e sua reciclagem (isto para responder ao argumento que vai sair da cartola da SRAM de que a tecnologia actual, evoluiu, de que a incineração é preferível aos aterros e ainda produz energia, sobretudo em ilhas, onde o terreno não cresce, de que com a reciclagem gera-se mais poluição e mais agressão ao planeta que se queimarmos os resíduos, de que o carbono que se poupa ao queimar lixo para energia é superior ao ganho que teriamos ao fazer reciclagem e reutilizaçao e que ainda por cima não faz mal a ninguém, de que o custo do transporte de lixo para o exterior é incomportável - e sabemos que é caro para a Região! de que a possibilidade de se produzir x Mwats com lixo é claramente benefico para o ambiente, transformamos o lixo em energia, e outros blá blá blás que irão surgir para defender mais uma solução que não é a que mais interessa aos Açores)
O problema tem sido o lobby da incineração, que é muito forte. A solução passa, por um lado, pela prevenção de resíduos em todos os sectores (Ex indústria, hotelaria, restauração)e pela melhoria da eficiência dos métodos de tratamento (e nestes campos há muito a fazer). Não só isso é possível, como estou certa de que a maioria dos turistas a prefeririam bem como a população local, se estivesse bem informada sobre estas questões. Sei que o transporte das embalagens para reciclagem é complicado e fica caro. Mas a saúde dos açorianos não fica cara também???
Temos que fazer um paralelo com a situação na Madeira, que possui uma incineradora há seis anos e neste momento o sistema está falido porque incinerar é muito caro e as câmaras não têm dinheiro para pagar. Cada câmara paga cerca de 70 euros por tonelada a incinerar e o governo regional mete no sistema de incineração outro tanto. Foi um erro tremendo, até económico, a Madeira ter optado pela incineração, espero bem que o Açores não caía na mesma asneira.
Infelizmente serão os aspectos económicos que poderão despertar mais o interesse dos políticos locais/regionais, assim alguns aspectos a ter em conta são: saber ao certo qual o o investimento que se irá fazer nesta solução tecnológica e comparar com outras soluções como o tratamento mecânico e biológico, a compostagem, vermicompostagem, etc. Importante será também esmiuçar o caso da Madeira. Então se há tantas vantagens com a produção de energia, porque é que a tarifa é tão cara?!? os casos de tarifas com Tratamento Mecânico e Biológico como da Valnor são importantes referências a ter em conta. Além disso, de acordo com a Estratégia Temática para a Prevenção e Reciclagem apresentada pela Comissão Europeia, a reciclagem permite a criação de 25 vezes mais empregos do que o aterro e 8 vezes mais empregos do que a incineração.
E dados científicos também nós dispomos e os relatórios europeus apontam que o balanço em termos de emissões de CO2 equivalente segundo o Estudo da Evalue em anexo ao PERSU II é o seguinte: Aterro: emissão de 0,6 toneladas de CO2 eq; Incineração: emissão de 0,2 toneladas de CO2 eq; Reciclagem: poupança de 0,4 toneladas de CO2 eq
Em resumo, falar em alternativas, é falar de tudo isto aprofundadamente, e é evidente, por todas estas problemáticas, que a solução deverá envolver estudos aprofundados, adaptados ao caso da Região, feitos por especialistas e devidamente sintetizados em dossiers técnicos que, como é óbvio, ultrapassam as pretensões de um blogue sem fins lucrativos. 
O que me parece falacioso é adoptar a posição da avestruz e pretender ignorar, ou pior ainda, negar a elevada perigosidade da incineração de resíduos, quer pela sua incontrolabilidade (impossibilidade de controlar o tipo e quantidade de compostos emitidos), quer pela emissão de dioxinas e compostos de metais pesados, que ainda ninguém (incluindo José Sócrates) conseguiu negar. 
E mais: no início diz-se sempre que só se vão incinerar x toneladas e bem sabemos que há uma quantidade mínima para que o negócio da incineração seja viável.
É caso para se dizer "quando o sábio aponta para as estrelas, o idiota olha para o dedo".

Incineração "Limpa"? Porreiro, pá! Perguntem aos cientistas que sabem!

Basta de cortinas de fumo, sobre a opinião pública, acerca da candura e inocência da incineração como solução para a gestão dos RSU em S. Miguel. As promessas de "valorização energética" e monitorização das emissões de elementos químicos poluentes e cancerígenos, com tecnologia de filtragem "muito avançada", são estratégias publicitárias de contra-informação para confundir deliberadamente os munícipes, numa estratégia concertada entre Governo e autarquias. O dispendioso negócio da construção e manutenção da incineradora, envolve interesses financeiros de muitos milhões de euros de empresas fabricantes e instaladoras dessa tecnologia de combustão, que serão desviados de políticas activas de educação ambiental no âmbito da redução, reutilização, reciclagem e valorização do resíduo pelo prolongamento da sua utilidade. A incineração é um convite do Governo/AMISM, com timbre e letras douradas, para mais lixo produzir e uma revoltante contradição com a rede de ecopontos instalada e que precisa de ser ampliada. Diz-se ao cidadão, com o dinheiro dos seus impostos e a espantosa cumplicidade da Secretaria do Ambiente: a reciclagem falhou, o aterro sanitário falhou, a legislação que regula a gestão dos RSU falhou, a educação ambiental para uma cidadania consciente em matéria de resíduos produzidos e reutilizados falhou. As políticas de salvaguarda da qualidade do ar e inerente saúde pública também falharam porque há diversos e categorizados estudos científicos, publicados pelo Ministério da Agricultura Françês, que estabelecem uma correlação directa entre as dioxinas emitidas e a contaminação do leite de vaca, com consequente incremento de ocorrências patológicas do foro oncológico em determinadas zonas de França e que foram identificadas. Porreiro, pá!

Ciência Viva no Verão


O Verão já chegou e convida-nos a sair e a descobrir os recantos naturais e a biodiversidade dos Açores. A SPEA, a Associação Amigos dos Açores e a Expolab - Sociedade Afonso Chaves disponibilizam diversas actividades, integradas no programa Biologia no Verão / Ciência Viva. Há muitas sugestões, a não perder, já a partir do próximo fim de semana. Inscreva-se já!

Inscrições obrigatórias no site Ciência Viva.

Mobiliário Urbano


O design de espaços públicos é muito importante para o desenvolvimento a longo prazo e para o bem-estar das populações. Neste contexto, o mobiliário urbano é cada vez mais utilizado nos espaços públicos contemporâneos, criando ou recriando áreas culturais, educacionais, comerciais, habitacionais,ou de lazer.
Estas peças variam de forma, dimensão e função, abrangendo uma grande diversidade de elementos que vão desde os tradicionais bancos de jardim até os inovadores designs de iluminação. Deste modo, inserindo elementos particulares, confere-se uma identidade única aos espaços, podendo inclusivé ajudar a estimular a economia local e a realçar a história ou a cultura duma comunidade.
Além de procurar elementos decorativos e esteticamente agradáveis, o mobiliário urbano deve ser também prático e funcional. Devem-se ter ainda em conta as características sociais e culturais para assegurar uma melhor qualidade, durabilidade e estilo. Como componentes básicos que são, estes elementos chamarão a atenção do público a partir das suas cores e formas, criando harmonia, ritmo e equilíbrio, ao mesmo tempo que se adicionam ao espaço público, contribuindo para a sua valorização e consequente melhoria da qualidade de vida daqueles que fazem uso deste.
A ampliação dos espaços públicos através integração de elementos de mobiliário urbano cria ainda novas possibilidades de apropriação do espaço urbano, constituindo assim uma boa alternativa de ocupação de vazios e reinventando as paisagens urbanas contemporâneas com projectos que se destacam pela forma, beleza e localização.
Um exemplo disto são os recentes bancos colocados no Cais do Sodré, em Lisboa, que aliam à sua função, um elemento natural - os arbustos.
Fazem falta na cidade de Ponta Delgada mais espaços/elementos verdes. Comparada, por exemplo, com a cidade do Funchal, esta não passa de uma cidade cinzenta. A alternância entre a arquitectura nova e antiga criou muitos espaços vazios e cinzentos, e nada melhor (na minha opinião) do que o verde para preencher esta transição.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Exposição “Aves dos Açores” – Ponta Delgada, 10 a 30 Julho

Seixoeira Calidris canutus (© Carlos Ribeiro e Nuno Fonseca)
A exposição de fotografia “Aves dos Açores”, da autoria de Carlos Ribeiro e Nuno Fonseca, que marcou o primeiro aniversário do Centro de Educação e Formação Ambiental da Lagoa (CEFAL), está agora patente no Hotel Marina Atlântico, em Ponta Delgada (S. Miguel), até 30 de Julho. A iniciativa resultou de uma parceria entre a Empresa Municipal da Lagoa, do CEFAL e da Associação Amigos do Calhau, da Câmara Municipal da Lagoa, da SPEA e do Museu Carlos Machado
Se não pode visitar a exposição no CEFAL na Lagoa, convidamo-lo a aproveitar esta nova oportunidade para ficar a conhecer melhor os Açores e as suas riquezas naturais. 

Voluntários para análise e processamento de fotografias

O projecto "Ilhas Santuário para as Aves Marinhas" é uma parceria da SPEA com a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, a Câmara Municipal do Corvo e a Royal Society for the Protection of Birds, e visa o melhoramento do habitat para as aves marinhas que nidificam na ilha do Corvo. 
Uma das acções do projecto é a monitorização da actividade de gatos domésticos e selvagens em torno de colónias de Cagarro, com recurso a câmaras fotográficas automáticas com sensor de infra-vermelhos. A organizão está a pedir a colaboração de voluntários para o preenchimento de uma base de dados simples com informação relativa a cada fotografia, tarefa que pode ser efectuada a partir de casa. Caso tenha disponibilidade para colaborar nesta acção contacte a organização através deste email

Erriadh

Sentes a natureza
desatar a sua respiração?
Não me respondes?

Daniel Gonçalves

Mais de 25% das plantas com flor estão ameaçadas

As espécies ameaçadas são frequentemente tema de notícias, sobretudo neste Ano Internacional da Biodiversidade. É sabido que um em cada 3 anfíbios está em risco de extinguir-se tal como 1 em cada 8 aves e 1 cada 5 mamíferos.
Agora, um estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Royal Society B., vem revelar que as plantas com flor estão igualmente ameaçadas.
A investigação alerta para o facto de que é necessário ter em conta, quando se analisa o risco de extinção, não só as espécies já conhecidas mas também aquelas que permanecem por descrever.
Tendo em conta que a maioria das espécies por conhecer ocorre em hotspots de biodiversidade que estão eles próprios ameaçados, depreende-se que estas “novas” espécies se encontram também em risco.
Segundo David Roberts, um dos autores do artigo recentemente publicado “Se considerarmos o número de espécies que se sabe actualmente estarem ameaçadas e somarmos aquelas que permanecem por descobrir, podemos estimar que entre 27 e 33% de todas as plantas com flor estão em risco de extinção”.
As consequências da extinção da diversidade de plantas com flor pode assumir proporções preocupantes – “As plantas são a base de muita da vida na Terra com quase todas as outras espécies a dependerem delas; se nos desfazemos de muitas destas espécies, desfazemo-nos de muitas das coisas mais acima na cadeia alimentar”. (Guardian)

40 mil turistas por ano vêm baleias nos Açores

A Região oferece um produto turístico variado que pretende chegar a todos os tipos de turistas, com actividades que vão desde o pedestrianismo e mergulho até à observação de cetáceos e visita aos vulcões adormecidos. No caderno de encargos para adjudicação, por 30 milhões de euros, da campanha de promoção do destino Açores, num concurso público cujos onze concorrentes foram eliminados, anuncia-se que quatro mil mergulhadores estiveram o ano passado nos Açores e que 40 mil turistas observam baleias a partir das ilhas dos Açores.
Sendo o mergulho recreativo um ponto de desenvolvimento turístico e comercial nos Açores, a Associação de Turismo dos Açores dá conta que estiveram no ano passado, a mergulhar nos Açores, mais de quatro mil mergulhadores, segundo os dados dos próprios operadores, o que representa uma média de mais de 24 mil mergulhos no total e, assim, representando uma pequena parte do potencial da oferta local. 
A Associação de Turismo dos Açores refere, ainda, que o mergulhador ainda necessita de alojamento, voo, transferes/carro e alimentação, representando um valor significativo que cada praticante tem de gastar nas ilhas para onde se desloca. 

Os mergulhadores nacionais que procuram os Açores são, na maioria, mergulhadores activos que mergulham pelo menos uma vez por mês no território nacional. Como não é comum mergulharem fora do país, a sua presença nos Açores é geralmente suportada pela estadia na casa de um amigo, sendo que os mergulhos são pré-acordados com o dono do centro. 
Pode-se distinguir dois perfis de mergulhador: o mergulhador de ocasião e o mergulhador experiente. O primeiro é um mergulhador que tirou curso numa estância balnear, que nunca mergulhou em águas frias ou em grandes profundidades e que escolhe o destino pelo valor turístico e não pelo mergulho que representa. Conforme analisa a Associação de Turismo dos Açores, este é um cliente excelente para a venda por impulso, no local e durante a sua estadia. 
Quanto ao segundo perfil, trata-se de um mergulhador com muita experiência de mergulho, mas que raramente mergulha em território nacional e nem se identifica com os centros de mergulho locais. Como explica a Associação de Turismo dos Açores, este perfil de cliente é uma mais-valia pela forma como trata os destinos de mergulho, adquirindo alojamento, explorando o local, realizando actividades complementares e optando por refeições gastronómicas em vez de comer em casa de um amigo. No entanto, este é um cliente com o qual é mais difícil de comunicar e convencer a visitar os Açores. 
No total estimam-se que existam cerca de 40 mil mergulhadores portugueses certificados e menos de 10 mil mergulhadores activos. O mercado estrangeiro para os Açores está concentrado na Alemanha e Inglaterra, mercados de grande maturidade e com mais de 2,5 milhões de mergulhadores certificados. Estes dois países têm a particularidade de terem atingido o ponto de saturação dos destinos que lhes eram mais comuns, representando uma janela de oportunidades para os Açores. 

Pedestrianismo: 60 percursos estão classificados 
O pedestrianismo é outro dos pólos de desenvolvimentos para os Açores, sendo uma actividade que permite apreciar a Natureza através de trilhos previamente classificados ou por explorar. É uma oportunidade de reunir amigos e familiares numa actividade de fácil acesso e com custos muito controlados, sendo ainda possível ser praticado em qualquer altura do ano. Com uma rede de mais de 60 percursos pedestres classificados pelas 9 ilhas, os Açores apresentam uma estrutura bastante desenvolvida para a prática do pedestrianismo. 
É, assim, necessário ampliar a sua promoção e valor acrescentado para elevar a rentabilidade dessa prática e reconhecimento nos vários mercados emissores. Os mercados que apresentam forte apetência para o Turismo da Natureza são a Alemanha, Reino Unido, Escandinávia, em combinação com o Canadá e os EUA. 
Quanto às idades, a Associação de Turismo dos Açores prevê um aumento da procura destas actividades por indivíduos com idades superiores aos 50 anos, como forma de provarem que ainda estão em boa forma física. 
A segmentação da oferta é considerado o caminho mais óbvio para aumentar o número de turistas nos Açores, sendo que a proposta deve focar temas que atraiam mais os praticantes e que desenvolvam uma nova economia baseada em propostas especializadas. 

Vulcanologia, um filão turístico por explorar 
Pela primeira vez a Associação de Turismo dos Açores enquadra a vulcanologia como um grande potencial para a exploração turística, em que é possível realizar várias actividades como o canyoning, mergulho, kayak e o pedestrianismo. A exclusividade da natureza dos Açores permite que o arquipélago se diferencie dos destinos concorrentes, como a Madeira, Algarve, ilhas Espanholas, Itália e Grécia. A oferta de locais com vulcões adormecidos nos Açores torna-se, acima de tudo, uma vantagem e não um inconveniente. 
Nas nove ilhas do Arquipélago açoriano existem mais de 67 geo-sítios e 26 grutas/cavidades vulcânicas, em são Miguel, Pico, Terceira e Graciosa, que permite organizar cinco circuitos multi-ilhas com visita às cavidades vulcânicas. 
As crianças e jovens são os participantes que melhor entendem a explicação técnica dos geo-sítios, imaginando o seu enquadramento cronológico e factual do que observam, conteúdos já abordados na escola. Apesar disso, o valor real da base vulcanológica é pouco divulgado ao grande público, sendo que este recorda-se apenas da Lagoa das Sete Cidades, mas não a maneira como foi formada. 

Observação de cetáceos: de 100 mil só vão 40 mil 
A observação de cetáceos também tem atraído muitos turistas. O mar dos Açores acolhe cerca de um terço das 81 espécies de cetáceos que existem no mundo devido à sua situação geográfica em pleno Atlântico. Também o facto de não haver uma plataforma continental no seguimento das ilhas faz com que haja uma maior presença de cetáceos, bem como a abundância dos seus alimentos. 
Segundo um questionário realizado aos turistas à chegada do Arquipélago, cerca de 35% apresentava intenções de observar cetáceos, mas apenas 10% chegaram a fazer a experiência. A capacidade instalada actualmente está preparada na Região para 100 mil observadores de baleias que manifestam interesse em ver cetáceos a partir das ilhas açorianas, mas actualmente fazem-no apenas cerca de 40 mil. 
Estas estatísticas querem dizer que cerca de 60 mil turistas que visitam os Açores não estão a ser suficientemente estimuladas para irem para o mar. (Artigo na íntegra aqui)

Actividades outdoor nas Sete Cidades


Neste Verão poderá realizar inúmeras actividades ao ar livre, na mangnífica paisagem das Sete Cidades. A Cresaçor, numa organização conjunta com os Amigos dos Açores, propõe passeios pedestres, passeios de cavalo e de charretes, 0bservação de aves, parapente, orientação, geocaching, golfe rústico, ciclismo e yoga.

Estas actividades estão sujeitas a inscrição prévia através so site da Cresaçor, do contacto da loja Eco Atlântida 296295177 / 919538214, ou ainda através do email: cresacor@cresacor.org/ msoeirocresacor@gmail.com

Valorização da biodiversidade dos Açores

Cinco escolas do Arquipélago estão a desenvolver um projecto de valorização da biodiversidade dos Açores e de promoção da capacidade de intervenção na defesa deste património.
O projecto "Cidadania e Sustentabilidade para o Século XXI" é, segundo a secretária regional da Educação “uma forma nova de dar resposta a questões de cidadania e sustentabilidade”, afirmou, salientando a importância que estas matérias assumem ao nível do currículo regional.
Este projecto envolve ainda a formação de docentes sobre educação para o desenvolvimento sustentável, “com docentes de todas as disciplinas das turmas envolvidas, para permitir que cada professor possa trabalhar estas questões na sua disciplina”, salientou Lina Mendes. (JornalDiario)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Congresso Turismo Cultural Ilhas do Corvo e Flores

A Adeliaçor (Associação para o Desenvolvimento Local de ilhas dos Açores) acaba de lançar duas rotas turísticas dirigidas às ilhas mais ocidentais do arquipélago açoriano. Denominadas “Rota dos Vulcões do Corvo” e “Rota da Faina Baleeira das Flores”, estes novos produtos enquadram-se numa oferta de animação turística voltada para o património cultural e histórico destas comunidades.
Os roteiros foram apresentados no âmbito do Congresso Turismo Cultural das ilhas do Corvo e Flores que teve início ontem na mais pequena ilha açoriana e que prossegue hoje nas Flores.
Sónia Borges, da Adeliaçor, refere que, para já, o objectivo é sensibilizar toda a comunidade: “pretendemos, numa primeira fase, sensibilizar e consciencializar a comunidade local e todas as entidades directa e indirectamente relacionadas com o sector do turismo para a importância da conservação, da valorização e da interpretação do património histórico e cultural como factor de desenvolvimento da actividade turística”. Segundo a técnica da associação, este Congresso visa uma definição abrangente do turismo aliado à cultura e à história: “o turismo cultural é um tipo de turismo que é centrado nesta valorização do património histórico-cultural, e as ilhas das Flores e do Corvo são um bom exemplo desse vasto património cultural”.

Rotas temáticas
“Propomos a criação de rotas turísticas temáticas que são percursos recomendados, dentro de uma determinada temática, que promovam a nossa cultura, os nossos costumes, o nosso património edificado, a nossa natureza”, sublinhou Sónia Borges. A técnica da Adeliaçor explica em que consistirão as duas novas rotas criadas para estas ilhas ocidentais: “na ilha das Flores propomos a criação da Rota da Faina Baleeira que tem a ver coma história da ilha e relacionada com o património edificado que resultou da actividade da baleação na ilha”.
A participação neste Congresso, co-financiado pelo ProRural e pela Secretaria Regional da Agricultura e Florestas, está aberta à população em geral.
O Núcleo Cultural do Corvo e o Museu das Flores foram os locais escolhidos para este encontro.

Ontem o programa teve início, à tarde, com uma visita guiada à “Rota dos Vulcões do Corvo”. À noite, no Núcleo Cultural do Corvo, além da abertura do Congresso, decorreram as seguintes conferências: “Identidade e Imagem – a autenticidade do produto turístico”, da autoria de Sérgio Araújo, professor do Instituto Politécnico de Leiria; “Turismo Cultural – interpretação do património”, por Cláudia Gomes, da empresa Ágora Propostas Culturais; e “Os itinerários turísticos temáticos da zona de intervenção da Adeliaçor, o produto e a imagem das Rotas”, por Arlene Goulart, da Adeliaçor.
Hoje, durante a manhã, decorrerá a visita à “Rota da Faina Baleeira (das Flores)”. Os trabalhos do Congresso de Turismo Cultural das ilhas do Corvo e Flores decorrem no Museu das Flores, no Convento São Boaventura, em Santa Cruz, às 20h30. Nesta segunda sessão serão tratados os mesmos assuntos do dia anterior, com a intervenção suplementar de João Gomes Vieira, historiador e escritor florentino subordinada ao tema: “Uma abordagem à baleação na ilha das Flores” (A União Jornal online)

Revista Parques e Vida Selvagem, amanhã com o Jornal de Notícias

Amanhã, dia 14 de Julho, ao comprar o Jornal de Notícias encontrará a revista Parques e Vida Selvagem, que até pode não parecer mas conta com 68 páginas. 
A edição de Verão renova uma informação de natureza orientada para a educação ambiental.
As traves-mestras desta publicação são a educação ambiental e a conservação da natureza. 
A revista Parques e Vida Selvagem é produzida trimestralmente pelo Parque Biológico de Gaia e as edições anteriores podem ser descarregadas para o seu computador a partir daqui.

Nesta edição, adiantamos alguns destaques: 
ESTUÁRIO DO DOURO  
dunas  
Os estuários e as lagoas costeiras são maternidades importantes de peixe de valor comercial. Este facto bastaria para justificar a devida protecção, mas não é o único. Para explicar o valor da Reserva Natural local do Estuário do Douro já estão a ser instaladas no terreno infra-estruturas capazes.
MADEIRA:ILHAS SELVAGENS
reportagem  
A Reserva Natural das Ilhas Selvagens, criada em 1971, é uma das mais antigas reservas naturais do nosso país. A cerca de 163 milhas do Funchal, as Selvagens estão no extremo Sul do território português. A gestão desta área protegida é da responsabilidade do Parque Natural da Madeira.
TARTARUGAS MARINHAS
migrações  
Na sua evolução, estas espécies repudiaram a terra e voltaram ao mar. Só as fêmeas regressam a alguma praia para a postura. Hoje, entre as espécies migradoras, estes répteis marinhos fazem viagens ainda com muito para descobrir. Seguimos a rota de três, reabilitadas.
COMO VAI A BIODIVERSIDADE DO SEU JARDIM?
quinteiro  
Esta é uma das melhores épocas do ano para estar atento à diversidade biológica do seu quintal, permitindo-lhe incentivar a natureza e retirar daí o prazer simples de a observar perto de si.

7 Ex-Maravilhas Naturais de Portugal

Numa altura em que muito se fala do projecto "7 Maravilhas Naturais de Portugal", surge a iniciativa "7 Ex-Maravilhas Naturais de Portugal" que pretende alertar para a degradação do património natural do nosso país. O Comissariado é composto por Pedro Quartin Graça, Gastão Brito e Silva e Rui Cunha e as 13 finalistas incluem: Linha do Tua, Encosta de S. Julião, Rio Sabor, Praia da Cruz Quebrada, Praia dos Cavacos, Tróia, Cimenteira da Serra da Arrábida, Praias da Costa da Caparica, Urbanizações de Quarteira, Lagoa de Santo André, “Muralha da China” de Xira, Rio Trancão e Construções Ilegais na Ria Formosa.Acrescentaria eu a Fajã do Calhau, local que em tempos foi belo e que a acção humana (aka Serviços Florestais) transformou numa aberração.
Nunca é demais recordar que esta é uma obra sem Estudo de Impacte Ambiental, sem Projecto nem Orçamento, sem garantia de viabilidade técnica, sem ponderação de custos/benefícios, ignorando o Ordenamento do Território (POOC e PDM), a Autarquia e os pareceres dos Institutos competentes (Laboratório Regional de Engenharia Civil, entre outros), ultrapassando todas as regras do bom senso e da legalidade, tais como a Discussão e o Concurso Público que deviam preceder obras desta envergadura, em que milhões estão a ser desviados e enterrados numa ESTRADA SEM DESTINO...
Esta atentado à paisagem natural da Ilha de São Miguel só se enquadra realmente numa Ex-Maravilha.

Convenção da Diversidade Biológica: Governos e ONG Pan-Europeias preparam COP 10

A Quercus participou de 5 a 7 de Julho em reuniões preparatórias em Gabala (Azerbaijão) para a 10ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (COP 10), a realizar em Nagoya, Japão, de 18 a 29 de Outubro. O encontro culminou com a participação das ONG na Conferência Oficial da Biodiversidade Europeia (High-level European Conference on Biodiversity). 

As Nações Unidas declararam 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade. Aproveitando esta oportunidade, as partes interessadas no processo da Convenção da Diversidade Biológica reuniram-se em Gabala, no Azerbaijão, para discutir estratégias e identificar contribuições específicas e benefícios para a região pan-Europeia, que abrange mais de 40 países incluindo os da União Europeia e outros em torno, incluindo os da região do Cáucaso, como é o caso do Azerbaijão. As reuniões preparatórias de especialistas, oficiais governamentais e das ONG, bem como a Conferência Oficial foram possíveis graças ao apoio da UNEP e do Ministério da Ecologia e Recursos Naturais da República do Azerbaijão.
A Quercus integra uma plataforma informal de ONG da região pan-Europeia coordenada pela CEEWeb for Biodiversity (sediada na Hungria), com a finalidade de dar contributos e influenciar o processo da CBD. O primeiro encontro foi em Liège, Bélgica, em Setembro de 2009 e o presente decorreu no dia 5 e 6 de Julho em Gabala, paralelamente às reuniões de peritos e delegações oficiais. A Conferência decorreu no dia 7 de Julho, tendo participado ambos os grupos presentes. Ahmed Djoghlaf, Secretário Executivo da CBD , no discurso de abertura referiu que “em última análise a preservação dos recursos biológicos deve estar presente na sociedade em geral, incluindo os nossos sistemas económicos e os mercados”. 

Estado actual da Convenção da Diversidade Biológica 
Apesar dos compromissos feitos em 2002 para se travar a perda de biodiversidade em 2010, esse objectivo não foi atingido, por diversas razões, sendo talvez a mais importante o facto de não se prestar atenção aos factores por detrás das causas directas, como a sobre -exploração de recursos naturais, o uso insustentável do solo e a poluição, entre outras. Essas causas têm no entanto a sua raíz nos sistemas económicos e sociais actuais, suportados em fontes de energia e recursos naturais baratos, nos padrões de consumo crescente, acompanhados em alguns casos de crescimento excessivo da população. Além disso, os compromissos anteriores não foram acompanhados de uma definição clara sobre quem deveria ser responsável pela sua implementação efectiva e como essa implementação deveria ser monitorizada, avaliada e revista.

Participação das ONG
Apesar de se ter notado a ausência de bastantes países, com destaque da Europa Ocidental, as ONG da área pan-Europeia compareceram e participaram significativamente. As ONG elaboraram recomendações sobre os seguintes temas: uma visão pós-2010 clara e viável para a região pan -Europeia, o papel das áreas protegidas, o uso sustentável da biodiversidade e como contribuir para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. As mensagens focaram-se em como trabalhar sobre os factores indirectos da perda de biodiversidade; como a conservação da biodiversidade pode contribuir para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e sobre os benefícios mútuos da cooperação entre ONG da região Pan-Europeia. Simultaneamente, as ONG elaboraram projectos concretos de inter-cooperação tendo em vista a salvaguarda do património natural na região pan-Europeia.

A Quercus dinamizou dois grupos de trabalho e fez uma apresentação; fez também uma intervenção no plenário da Conferência que colheu amplo acolhimento, apelando para que no contexto da CBD se comece a trabalhar mais decididamente sobre a relação entre a produção e consumo de produtos e serviços e o seu impacto na biodiversidade, no contexto dos mercados globais. 

Declaração de Gabala
Na "Declaração de Gabala", compilada no final da Conferência, os participantes sublinharam a necessidade de dar respostas concretas ao problema da perda de biodiversidade, que deve incluir acções -chave urgentes para a assegurar a viabilidade dos serviços dos ecossistemas, a utilização sustentável da natureza; mecanismos e incentivos para o uso responsável da biodiversidade pelas empresas; desenvolvimento da economia verde; construção e manutenção de infra-estruturas verdes (incluindo redes ecológicas transfronteiriças); a inclusão dos conceitos de biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas nos currículos educacionais; o envolvimento do público e acesso à fruição da natureza; mais recursos financeiros e humanos para áreas prioritárias; mais formação e assistência técnica e mais apoio à investigação e monitorização. A Declaração de Gabala destaca também o papel da cooperação regional para a realização de uma nova visão da biodiversidade para 2050 e metas a atingir em 2020, bem como para a implementação do Plano Estratégico da CBD.

Exposição fotográfica "Santa Maria SuB" até 31 de Agosto

Até ao dia 31 de Agosto, está patente ao público no Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo, na Ilha de Santa Maria, a exposição fotográfica "Santa Maria SuB".

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Parque de São Jorge vai integrar áreas protegidas da ilha

O Governo Regional dos Açores decidiu, este sábado, por ocasião da visita estatutária à ilha de São Jorge, criar o Parque Natural de São Jorge, que vai integrar todas as áreas protegidas desta ilha do Grupo Central, incluindo os principais maciços vulcânicos e locais de interesse geológico. O novo parque natural irá também integrar as áreas marinhas protegidas no quadro do Plano de Ordenamento da Orla Costeira de S. Jorge. 
No contexto da criação do parque natural, foi classificado o monumento natural da Ponta dos Rosais, que passa a integrar a Rede Regional de Áreas Protegidas, enquanto as fajãs dos Cubres e da Caldeira do Santo Cristo passam a ser designadas Zonas Húmidas de Importância Internacional, ao abrigo da Convenção de Ramsar.
Entre as decisões do Executivo regional relativas a esta ilha, destaque ainda para a abertura do concurso público para a construção do Centro de Processamento de Resíduos e do Centro de Valorização Orgânica por Compostagem, num investimento superior a seis milhões de euros. 

Abertas as candidaturas para a 5º Edição do Mestrado em “Estudos Integrados dos Oceanos” (MEIO)

Estão abertas as candidaturas para a 5ª Edição (Ano lectivo 2010-2011) do Mestrado do DOP em “Estudos Integrados dos Oceanos” (MEIO).
As candidaturas encontram-se abertas desde 18 de Junho até 29 de Agosto de 2010. A selecção e seriação dos alunos será efectuada até 8 de Setembro (inclusive). A divulgação da lista será feita no dia 10 de Setembro, estando o início das aulas previsto para o dia 5 Outubro. 
Para mais informações e condições de acesso, os interessados podem encontrar informações detalhadas aqui.

Descobertas novas espécies no mar dos Açores

Um grupo de cientistas acaba de regressar de uma missão científica com amostras de animais raros e mais de 10 possíveis novas espécies, numa área pesquisada entre os Açores e a Islândia. Esta viagem tem a particularidade de revolucionar o pensamento sobre a vida de profundidade no Oceano Atlântico. Os cientistas completavam a última etapa do MAR-ECO, um programa de pesquisa internacional, que faz parte do Censo da Vida Marinha. O programa visa melhorar a compreensão da ecologia dos animais ao longo da Dorsal Meso-atlântica entre a Islândia e os Açores. A Universidade de Aberdeen, responsável pela expedição, assegura a contribuição do Reino Unido para a última etapa do MAR-ECO. O projecto envolveu cientistas de 16 países, entre os quais Pedro Ribeiro, do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores. Durante mais de 300 horas de mergulho com o Isis, veículo operado remotamente, visitaram-se profundidades entre 700 e 3600 metros. Os investigadores examinaram planícies, precipícios e encostas da serra gigante que separa o Oceano Atlântico em duas metades, Leste e Oeste. De acordo com os cientistas, no Nordeste, ouriços-do-mar eram dominantes nas planícies e as depressões eram coloridas por esponjas, corais e outras espécies. Já no Noroeste, as depressões eram dominadas por rochas cinza, com muito menos vida. As planícies são o habitat de enteropneustas de águas profundas, um tipo de invertebrado com o cordão dorsal pouco desenvolvido. Apenas algumas espécies, do Oceano Pacífico, eram conhecidas. Esses animais integram um grupo pouco conhecido próximo do ainda desconhecido elo evolutivo entre animais invertebrados e vertebrados. Foram descobertas três novas espécies do grupo. Pepinos do mar, normalmente vistos rastejando lentamente nas planícies abissais do leito do oceano, foram encontrados em declives íngremes e sob as pedras da cadeia de montanhas submarina. Os cientistas ficaram surpresos com a agilidade e velocidade dos animais. As descobertas mostram, segundo os cientistas,que se deve estudar não somente as águas das margens, mas também as montanhas e os vales no meio dos oceanos. Pedro Ribeiro, do DOP, foi o único português a integrar a missão científica. Refere que se percorreram áreas que nunca haviam sido exploradas, tendo sido feito o levantamento de mais de 50 mil metros quadrados do fundo marinho. Foram recolhidos dados em vídeo e algumas amostras para confirmação das espécies. “Segundo as primeiras análises estamos perante não só de um maior número de espécies do que julgávamos, como algumas das espécies serão novas para a ciência. Explorámos habitats que nunca antes tinham sido explorados em quaisquer outras missões científicas”, testemunhou ao Açoriano Oriental. Pedro Ribeiro ficou particularmente surpreendido com uma área com cerca de dois quilómetros, ao longo de uma ravina, a 2500 metros de profundidade que estava literalmente coberta de esponjas e corais. “Isto é surpreendente porque à medida que vamos descendo de profundidade vamos tendo cada vez menos vida.Durante horas percorremos uma parede vertical completamente coberta”. Pedro Ribeiro lamenta não lhe ter sido possível proceder à recolha de amostras no âmbito desta expedição científica. (AO)

Prémio Frias Martins entregue a quatro alunos de escolas açorianas

O Conselho Regional dos Açores da Ordem dos Biólogos entregou ontem o Prémio Frias Martins a quatro alunos de escolas do arquipélago, que vão poder participar numa expedição científica com investigadores de renome nacional e internacional. André Rocha, da Escola EB 2/3 Padre João José do Amaral (5.º ano); João Ricardo Mendonça, da Escola Básica e Secundária de Santa Maria (6.º ano); Diana Teixeira, da Escola Secundária das Laranjeiras (7.º ano) e Ângela Massa, da EBI dos Arrifes (9.º ano) foram os alunos distinguidos com este prémio, que pretende estimular a excelência no ensino e a aprendizagem da Biologia. “A nossa intenção é reconhecer e premiar o mérito, que é cada vez mais raro num país onde existe um laxismo tremendo”, afirmou Sérgio Ávila, presidente da Ordem dos Biólogos nos Açores. A escolha dos melhores alunos compete aos docentes das escolas que o Conselho Regional dos Açores da Ordem dos Biólogos seleccionar em cada ano, tendo nesta primeira edição do Prémio Frias Martins sido escolhidas três escolas de São Miguel e uma de Santa Maria. Os quatro vencedores, além de receberem 250 euros cada e um conjunto de obras sobre Biologia dos Açores, vão participar, entre 16 e 19 de Julho, nos trabalhos da expedição científica ‘Palaeontology in Atlantic Islands’, que se realiza na ilha da Santa Maria, que será uma oportunidade única de aprendizagem para os jovens alunos. O prémio instituído pela Ordem dos Biólogos nos Açores é uma homenagem a António Manuel Frias Martins, professor catedrático da Universidade dos Açores, considerado um dos mais importantes investigadores açorianos da actualidade. (lusa)

Seminário “Porque o óleo tem mais vidas” em Ponta Delgada dia 14 de Julho


Programa:

9h15 Recepção dos participantes e entrega da documentação

9h30 Sessão de abertura presidida pelo Director Regional do Ambiente, Dr. Frederico Cardigos
10h00 O Sistema de Gestão de Óleos Usados nos Açores – SIGOUA – Eng.ª José Paiva – Administrador do Grupo Bensaude
10h20 A gestão de óleos usados em Portugal – Dr. Aníbal – Gerente Delegado da Sogilub, Lda.
10h40 Coffee-Break
11h00 Soluções inovadoras de valorização de óleos usados e o princípio de life cycle thinking – o caso dos Açores – Eng.º Pedro Nazareth – Associate Partner da 3 Drivers 
11h20 O paradigma energético e as soluções energéticas do futuro – Eng.º António Comprido – Secretário Geral da APETRO
11h40 Debate
12h00 Sessão de encerramento – Dr. Aníbal Vicente – Gerente Delegado da Sogilub, Lda.

 Inscrições de carácter gratuito deverão ser efectuadas através do nº 808 205 500  

E porque é tempo de férias...


Uma sugestão da Revista GINGKO.

sábado, 10 de julho de 2010

Indagação

Na morta biosfera
o fantasma do pássaro
inquiriu
ao fantasma da árvore
que não lhe respondeu):
A Primavera já era
ou ainda não nasceu?

Carlos Drummond de Andrade – 1978

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Festivais de Verão: mais musica e menos ambiente.






A Quercus São Miguel andou pelos festivais no Verão passado e constatou que a moda pela defesa do ambiente também está a chegar a estes eventos, mas a um ritmo bem mais lento do que a música. Há já alguns organizadores a apostar cada vez mais na vertente ambiental, como a exibição de documentários ambientais e a construção de casas de banho secas.
No ano passado procuramos sensibilizar o público para um consumo responsável através da colocação de faixas com slogans e da projecção de pequenos filmes, no recinto de alguns eventos, a apelar às boas práticas ambientais. Além disso a Quercus disponibilizou um livro branco no qual o público poderia participar mais activamente através da denúncia de situações de ameaça ambiental, sugestões ou questões que tivessem em relação ao tema ambiente. Estivemos também envolvidos, num dos festivais, na recolha de lixo no recinto a par com a organização.
Sabemos que é impossível não poluir mas é nossa convicção de que é possível poluir menos e que é possível aliar o divertimento e a protecção da natureza.
Foi com grande desagrado que pudemos constatar que ainda não está incutido em muitos jovens o hábito de colocar o lixo nos caixotes, mesmo quando estes se encontram a escassos metros. Como resultado víamos o recinto repleto de copos de plástico e garrafas (que são de venda proibida nestes eventos) após cada concerto.
É verdade que as organizações dos festivais encarregam-se de deixar os locais como estavam anteriormente mas é lamentável a desresponsabilização por parte de muitos dos participantes, demonstrando um total desconhecimento e desrespeito por parte das regras ambientais.
Outro dos pontos negativos que observamos foi a recolha selectiva diária de lixo, que falha redondamente, quer por falta de colaboração do público quer por parte das Câmaras Municipais, que não disponibilizam o número de contentores necessários e que não disponibilizam um serviço de recolha de acordo com as necessidades e horários dos festivais, o que origina uma acumulação desastrosa de lixo ao lado dos contentores.
Por exemplo, na 25ª edição do festival Maré de Agosto, as fotos mostram a quantidade de lixo existente no recinto após os concertos, não obstante a organização ter colocado uma quantidade de pontos de recolha que a nosso ver seria suficiente para não se verificar um cenário tão triste. Outras questões para que nos alertaram na altura incluem o consumo não racional de água por parte dos campistas e os esgotos na praia Formosa devido ao deficiente funcionamento da etar.
Raros serão os eventos culturais que possuem palcos tão privilegiados e uma envolvência tão exuberante, como por exemplo os festivais nas Sete Cidades ou a Maré de Agosto. O mínimo seria em jeito de "agradecimento" tratar bem os locais que acolhem anualmente tantos jovens.
Entretanto deixamos algumas sugestões e aguardamos pelas vossas.
- Banir os copos de plástico e vender à entrada um copo/caneca que sirva para todo o festival ou criar parcerias entre a organização dos festivais e as cervejeiras de modo a obter um benefício/desconto em troca de x quantidade de copos.
- Criação de oficinas/ateliers de artesanato onde seja possível transformar o lixo em arte, despertando assim o interesse não só pelas artes, mas também a consciência ecológica na preservação do meio ambiente.
- Consumo racional de água nos acampamentos
- Assegurar a fiscalização de zonas protegidas (lagoas)
- Insistir com campanhas de sensibilização ambiental e de recolha de lixo.
Esperamos que neste Verão a qualidade ambiental dos festivais seja tão boa quanto a musical!

Quercus aplaude medida europeia de eficiência energética

Desde o passado dia 1 de Julho, que os frigoríficos, arcas e congeladores domésticos com classe energética inferior a A deixaram de poder ser colocados no mercado em toda a União Europeia, uma nova regra estabelecida pela Directiva Ecodesign e aplaudida pela Quercus que, no entanto, permite o escoamento dos equipamentos com classificações inferiores já existentes no mercado.
Até agora, entravam no mercado de todos os Estados-membros equipamentos de frio com classes energéticas compreendidas entre A (incluindo A+ e A++) e G, embora em Portugal seja raro encontrar classes abaixo do C. Com a aprovação desta regulamentação, os frigoríficos, arcas e congeladores menos eficientes serão descontinuados e, assim que desaparecerem do mercado, a escolha será apenas entre equipamentos de frio com classe A (o pior), A+ e A++ (o melhor). Uma nova distinção que obrigará a um reforço da atenção por parte dos consumidores na altura de renovar os seus equipamentos de frio.
Em Portugal, os equipamentos de frio são responsáveis por cerca de 32% do consumo total de energia eléctrica no sector doméstico e estão presentes na totalidade das habitações portuguesas.
Como tal, descontinuar a produção e venda de electrodomésticos pouco eficientes em termos de consumo eléctrico é um importante passo rumo a um futuro energeticamente eficiente, dando um grande contributo na redução da factura de electricidade das famílias e do impacto ambiental a ela associado. 
Na página Topten é possível ao consumidor conhecer os dez frigoríficos, arcas e congeladores com maior eficiência energética no mercado nacional, sendo que as marcas mais representadas em Topten.pt são a Liebherr, a Bosch, a Whirlpool e a Miele.
Estes rankings são renovados regularmente, estando prevista uma actualização dos frigoríficos até ao final deste ano.
Para facilitar a consulta a categoria está dividida em oito subcategorias: duas para os congeladores de encastre, três para os congeladores de instalação livre e três para as arcas horizontais.
Na selecção dos modelos, a eficiência energética foi o critério fundamental. Apesar de, no caso dos equipamentos de frio, esta classificação poder variar entre as classes A++ e G, no Topten apenas são contempladas as arcas congeladoras detentoras das classificações A++ e A+, à semelhança do que acontece com os frigoríficos.
Os modelos estão dispostos de acordo com o seu índice de eficiência energética, podendo esta apresentação ser ordenada segundo outro parâmetro, como o volume ou o preço. 
Foram também considerados na elaboração do ranking factores como o ciclo de vida dos produtos, os impactes na saúde, no ambiente e o desempenho.
Além de orientar o consumidor para uma compra mais responsável, o Topten.pt disponibiliza ainda um conjunto de recomendações relacionadas com a instalação, utilização, manutenção dos equipamentos, bem como a melhor forma de o encaminhar no fim da sua vida útil.
O Topten.pt está inserido no projecto europeu Euro-Topten Plus, que reúne 20 parceiros de 16 países na tentativa de mostrar aos consumidores que estes têm um papel activo no combate às alterações climáticas, através das escolhas do seu dia-a-dia. Esta é também uma ferramenta de pressão junto dos fabricantes, para incentivar a uma melhoria contínua dos equipamentos fabricados.