A educação ambiental não deve ser vista como um “luxo” na vivência colectiva de uma sociedade, mesmo com significativas assimetrias no seu desenvolvimento. Obviamente que as sociedades europeias mais evoluídas no plano educacional, como as nórdicas, têm exigências e comportamentos ambientais que só atestam o excelente nível civilizacional que já atingiram. Nesta matéria, os Açores não podem dar como adquirida a sua qualidade ambiental. A concretização de uma política de educação ambiental, nas diversas comunidades humanas do arquipélago, não é nem um capricho, nem uma modernice, mas uma questão vital do nosso processo de desenvolvimento.
Os Açores têm, no seu ambiente natural (terrestre e marítimo) a única hipótese de se internacionalizarem como região competitiva. A conservação da nossa natureza é uma exigência política, para que possamos comprovar, na realidade quotidiana das ilhas, a tal excelência ambiental apregoada aos potenciais turistas, com dispendiosa publicidade governamental e autárquica, nem sempre eficaz e de bom gosto, acrescente-se. Em matéria de promoção ambiental, os Açores podem e devem ser muito mais interessantes do que manadas de bovinos e a barbatana caudal de uma baleia em imersão. Por exemplo, considerar a riqueza ímpar do nosso património geológico, bem como algumas áreas de flora endémica, ainda livres da ameaça infestante.
Temos sido muito redutores na forma como “vendemos”, no exterior, a nossa natureza. As nossas belas áreas protegidas, algumas com merecido estatuto de protecção internacional, carecem de atenção especializada na sua gestão e manutenção. Os açorianos conhecem quais são as suas áreas protegidas? Foram elucidados das causas que justificaram esse estatuto especial? As infracções ambientais são fiscalizadas e os responsáveis punidos com as coimas previstas na lei? Para quando os órgãos de gestão efectiva da rede regional de áreas protegidas?
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