quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Hortas urbanas

O desenvolvimento sustentável enfatiza a impossibilidade de um crescimento contínuo num planeta finito e a necessidade de preservar os recursos naturais e ambientais de modo a que as gerações futuras disponham do máximo de opções para maximizar o seu bem-estar e qualidade de vida. Assim, criar uma cidade sustentável deve passar por incorporar a dimensão do ambiente no desenvolvimento da urbe, procurando deste modo alcançar uma maior justiça social, e modelos económicos e ambientais sustentáveis. Estes constituem os três aspectos chave do desenvolvimento sustentável, que devem ser considerados no desenvolvimento urbano. Considera-se que os espaços de agricultura urbana, tais como as hortas urbanas, enquanto espaços verdes, devem ser integrados no modelo de desenvolvimento das cidades.
As hortas urbanas já existem em alguns municípios do país e o cenário repete-se: hortas arranjadas com com primor, onde são cultivados uma grande diversidade de produtos hortícolas, árvores de fruto, ervas aromáticas, flores e até videiras, tudo integrado no âmbito da agricultura biológica. O aproveitamento da água da chuva também é contemplado através da instalação de reservatórios em cada um dos talhões, bem como contentores para a produção de estrume biológico. A estes benefícios ecológicos acresce a diminuição da pegada ecológica. É que um dos problemas que temos hoje nas cidades é o facto dos nossos alimentos virem de muito longe, o que implica um maior impacto ambiental devido aos transportes. Em tempos de crise, além da poupança que representa e da vantagem de estar a consumir hortícolas tratados com produtos não agressivos, este projecto traz outros benefícios como o convívio (cada vez menos nas áreas urbanas), e o contacto com a natureza, contribuindo também para a preservação da ruralidade no espaço urbano.
Outro aspecto importante é a dimensão social que estes espaços possibilitam. É que estas hortas podem ser exploradas por qualquer pessoa, mediante a atribuição por concurso. O que se verifica em muitos locais é que muitos dos utilizadores foram "transformados" em agricultores urbanos após uma vida activa exercida em áreas que nada tinham a ver com o cultivo da terra.
Estamos certos que em todos os municípios existem terrenos camarários que poderão acolher pequenas hortas. Estas possibilitam vantagens económicas, ambientais e sociais e proporcionam benefícios do ponto de vista de uma alimentação equilibrada e do combate ao stress e ao sedentarismo.
Pensamos que este é uma forma eficaz de chamar a atenção para as questões ambientais nas cidades.
Fica aqui o desafio aos municípios da ilha de São Miguel: adoptem as horas urbanas.
Ver minuto verde dedicado a esta temática.

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