O Director Regional do Ambiente assegurou hoje, na Horta, que as plantas invasoras “são uma das principais razões da perda da biodiversidade”. Por essa razão, adiantou João Bettencourt, o Governo dos Açores investiu nos últimos anos cerca de dois milhões de euros no âmbito do Plano Regional de Erradicação e Controlo de Espécies de Flora Invasora em Áreas Sensíveis (PRECEFIAS). Segundo explicou na abertura do XI Simpósio da Associação Ibero-Macaronésica de Jardins Botânicos, esta “guerra” à flora invasora abrangeu em 21 espécies exóticas em 24 áreas protegidas, com cerca de 650 hectares. Para o Director Regional do Ambiente, é imperioso preservar a enorme riqueza biológica do arquipélago, razão pela qual devemos adoptar medidas “que previnam a sobre exploração dos recursos biológicos, a difusão de espécies invasoras e a poluição do ambiente natural e dos habitats”. “Toda a pressão exercida sobre o nosso ecossistema carece de acções vigorosas de combate às piores espécies exóticas e recuperação dos habitats naturais, sob pena de se perder um património insubstituível”, argumentou João Bettencourt. O Director Regional do Ambiente aproveitou também a ocasião para destacar os principais investimentos realizados nos últimos anos no Jardim Botânico do Faial, que celebra hoje 25 anos de existência. A criação de um banco de sementes em 2003, permitindo conservar as espécies de plantas mais raras dos Açores, a construção do centro de visitantes em 2007, dotando aquele espaço de um herbário, auditório, biblioteca e sala de exposições, e a construção de um orquidário em 2010 foram algumas das iniciativas referenciadas. Conforme adiantou João Bettencourt, o culminar destes investimentos concretizou-se em Maio deste ano, com a inauguração da obra de ampliação e reestruturação do Jardim Botânico, “dotando-o de uma maior capacidade de recepção ao público, aumentando a sua qualidade paisagística e valorizando a sua colecção botânica.” Por força destas obras, foi também criada uma nova área “onde estão representadas as herbáceas endémicas açorianas e respectivos habitats, aumentando desta forma a conservação ex-situ de espécies raras dos Açores”. “Todas estas acções têm como objectivo último a conservação da biodiversidade açoriana”, bem como “melhorar a qualidade no atendimento” do Jardim Botânico do Faial, que em 2010 contou com quase 9.000 visitantes, acrescentou João Bettencourt. Dedicado ao tema “Contributo dos Jardins Botânicos na recuperação de paisagens degradadas por espécies invasoras”, este simpósio internacional prolonga-se até domingo, incluindo um passeio pelo Parque Natural do Faial (dia 18) e uma saída de campo à ilha de São Jorge (dia 19). Os três dias de conferências, que decorrem no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, serão dedicados às temáticas da conservação e investigação (dia 15), educação e sensibilização ambientais (dia 16) e gestão de colecções (dia 17).
Fonte: GaCS/FG